17 de dezembro de 2020

BOA VISTA/RR - ITAITUBENSE PROCURA FAMILIARES

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Claudiane Machado nasceu em Itaituba, no Pará. Os pais adotivos disseram que a mãe biológica dela se chamava Francisca e a entregou após fugir do marido.

Por Vanessa Fernandes, G1 RR — Boa Vista

Técnica de enfermagem Claudiane Machado, de 32 anos, nasceu em Itaituba no Pará
Foto: Arquivo Pessoal

A história da técnica de enfermagem Claudiane Machado, de 32 anos, repercutiu nas redes sociais, em Roraima com um único e simples desejo: encontrar sua família biológica.

Nascida em Itaituba, no Pará, em 13 de julho de 1988, ela sabe apenas que sua mãe se chama ‘Francisca’.

Adotada com apenas um mês de vida, pelo casal Nair e Gonçalino, o ‘Gonço’, a técnica de enfermagem ouviu a vida inteira que foi entregue pela mãe biológica, que fugia do marido com a ajuda de um filho dele, e levava consigo Claudiane e outros dois filhos.

Segundo a história que contaram para Claudiane, as dificuldades no trajeto, como o pouco dinheiro que a mãe biológica levava e três crianças para cuidar, fizeram com que a mulher aceitasse entregar a bebê chamada até então de ‘Tatiane’, aos moradores de uma fazenda no quilômetro 100 da Transamazônica, entre Itaituba e Rurópolis, no Sudoeste do Pará.

Após algum tempo, Francisca teria voltado ao local para buscar a criança, mas o pai adotivo de Claudiane teria cobrado o valor que gastou com a bebê durante todo aquele tempo. A mulher disse que voltaria depois com o dinheiro, o que não aconteceu.

“Essa parte da minha história faz com que eu me sinta perdida. Por exemplo, quando vou ao médico e ele pergunta se tenho alguma doença na família, eu só sei dizer que não sei, não conheço. As vezes até me sinto só”, disse Claudiane.

Claudiane por volta dos 2 anos no quilômetro 100, entre Itaituba e Rurópolis, no Sudoeste do Pará
Foto: Arquivo Pessoal

Aos 11 anos, Claudiane conta que sua mãe adotiva mostrou uma carta com remetente de Brasília/DF. Ela teria sido escrita por Francisca e dizia “para eles continuarem cuidando de ‘Tatiana’ e que estava bem”, mas, pouco tempo depois, ouviu dizer que sua mãe biológica havia morrido.

A carta, que podia ser uma pista, se perdeu durante mudanças de casa e Claudiane diz que sempre teve dúvidas se o texto era verdadeiro.

O assunto da adoção sempre foi um tabu para os pais e irmãos de Claudiane. Ela conta que tem receio de conversar com a família sobre isso para não machucá-los.

“Quando eu tocava no assunto, ela só falava, “Claudiane, tu já sabe da história, já te contei. É isso que você sabe. Não tenho muito o que falar não”. Praticamente não gostava de tocar no assunto. Os meus irmãos adotivos sempre me falavam para deixar isso de lado, “porque a minha família são eles” e falam até hoje”.

Os pais adotivos se separaram quando Claudiane ainda era criança. Em 2002, aos 14 anos, ela se mudou para Boa Vista com a mãe adotiva. Dona Nair morreu três anos depois.

Hoje, casada e com três filhos, ela tem esperanças de conseguir encontrar a família biológica e descobrir se Francisca realmente morreu.

“Com esse avanço da tecnologia, já vi tantas pessoas encontrarem sua família mesmo sem endereço, sem nome, em programas de TV ou até mesmo com detetives. Tenho a esperança de que talvez eu possa encontrar alguém, saber um pouco da minha verdadeira origem”, disse.
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