29 de março de 2019

AMAMENTAÇÃO - OS CUIDADOS NECESSÁRIOS

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Amamentação: preparação e acesso à informação são cruciais

Por Lilian Kuhn

A informação é uma das melhores maneiras de se preparar para a amamentação (Foto: internet)

O período de gestação é sempre envolvido por muitas mudanças e preparação: dieta nova para a mãe, pesquisas sobre as diferentes vias e locais de nascimento (domiciliar ou hospitalar, cesárea ou parto natural, etc), além das festividades e comprinhas do enxoval... Uma fase deliciosa, né? Com tantos afazeres, muitas vezes, acabamos não nos dedicando a um tema muito relevante: a amamentação.

Um relatório de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que apenas 39% dos nascidos no Brasil são mantidos em aleitamento materno exclusivo (AME) até o quinto mês de vida. Em contrapartida, a recomendação da própria Organização é que o AME aconteça desde uma hora após o nascimento e até seis meses de vida do bebê e que a amamentação deve se estender por até 2 anos ou mais - com a combinação de outros alimentos. Tais diretrizes são justificadas por várias vantagens, dentre elas:

Para o bebê:

Transmissão de anticorpos e nutrientes da mãe para o bebê;

Diminuição do risco de alergias, anemia, infecções gastrointestinais e respiratórias, de sobrepeso e obesidade;

Melhor desenvolvimento em crianças que tiveram AME até 06 meses;

Para a mãe:

Maior perda de peso materno após o parto e diminuição de risco para desenvolvimento de diabetes tipo II;

Proteção contra câncer de mama e de ovário;

Aumento do tempo para o reinicio do ciclo menstrual; 

Diminuição do risco de depressão pós-parto

Entretanto, a pouca importância dada ao tema durante o período gestacional nos faz acreditar que amamentar é instintivo, natural e fácil... Essa “simplificação” da amamentação unida a possíveis dificuldades físicas (dores, pega incorreta do bebê, fissuras nos mamilos), orientações incorretas de familiares e profissionais e retorno precoce ao trabalho criam um conjunto de fatores negativos fazendo as mães (e seus bebês também) sofrerem, se frustrarem e desistirem do aleitamento ainda nas primeiras tentativas. 

Apesar do reflexo de sucção ser inato, ou seja, o recém-nascido já nasce sabendo sugar, ele precisará aprender a mamar. Então, diante de qualquer dificuldade, uma fonoaudióloga especialista ou uma consultora de amamentação avalia o ritmo de sucção, a coordenação entre respiração e deglutição, o grau de abertura da boquinha e a inserção do “freio lingual” do bebê, além de sugerir técnicas e instrumentos, podendo reverter o até então dolorido momento.

Outros fatores que podem contribuir para um processo bem-sucedido são:

Oferecer apenas o seio materno – Mesmo as mais modernas e ortodônticas mamadeiras e chupetas do mercado podem causar uma confusão de bicos e alterar a pega do bebê, machucando o seio da mãe e provocando o desmame precoce;

Proporcionar o leite materno em livre demanda, em todas as vezes que o bebê solicitar e por quanto tempo for preciso.

Ter pessoa(s) que possa(m) dar o apoio necessário à mãe: descanso, alimentação adequada e oferta de muitos líquidos. Sem isso, a produção de leite fica dificultada e o desgaste é demasiado! 

Lembrar do ditado “o nosso corpo é uma fábrica produção de leite e não um estoque” e não ter medo de não estar produzindo quantidade ou qualidade suficientes. O fator psicológico é primordial nessa fase!

Buscar e frequentar um grupo de apoio à amamentação para ter respaldo e apoio de outras mães lactantes e de profissionais experientes!

É válido lembrar que, apesar da indicação da OMS e dos pediatras, a decisão pela amamentação deve ser sempre da mulher. E caso essa seja a sua escolha, anote aí o combo para que os seus dias sejam mais prazerosos para mãe e filho: estudar muito antes + paciência (o que inclui vencer o cansaço e a insegurança) + aceitar ajuda caso seja necessário.

E por aí, como funcionou?

Lílian Kuhn é fonoaudióloga com especialização em Audiologia e Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem. Há mais de onze anos atende crianças e adultos com distúrbios de linguagem. Escreva para ela: redacaocrescer@gmail.com



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28 Mar 2019 - 11h50 Atualizado em 28 Mar 2019 - 11h50
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