3 de abril de 2018

DINHEIRO - RECLAMAÇÕES CONTRA BITCOINS CRESCEM MAIS DE 2.000% EM 2017

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Site Reclame Aqui registrou 7.229 queixas, contra 304 em 2016. Problemas técnicos, como falhas em depósito, saque ou transferência são os motivos mais comuns de insatisfação.

Por Gabriela Sarmento*, G1

O número de reclamações registradas no site Reclame Aqui contra corretoras de bitcoins disparou em 2017 e chegou a 7.229. O aumento foi de 2.200% comparado ao ano anterior, que teve 304 queixas contabilizadas. As reclamações crescem na esteira da popularização da moeda virtual, que se supervalorizou no ano passado e atraiu milhares de brasileiros.
CVM proíbe fundos de investir em bitcoin (Foto: Reprodução/Globo)


Os problemas mais comuns de janeiro a novembro estavam relacionados a depositar, sacar ou fazer transferência. Já em dezembro, com a forte desvalorização da moeda virtual, as queixas aumentaram e o problema passou a ser a demora na realização de transações ou na aprovação de cadastros.

“Em momentos de crise, como foi em dezembro, a insegurança aparece mais forte no consumidor. Neste momento, a falta de regulação na operação de compra e venda gera um risco, isto é, se tivermos outro solavanco, as reclamações vão aumentar”, afirma Edu Neves, CEO da ReclameAqui.

“Parece que o consumidor/investidor só sente insegurança quando tem alguma crise”

Supervalorização da moeda virtual fez com que número de cadastros nas três maiores casas de câmbio do país chegasse a 1,4 milhão no ano passado, mais do que o volume de pessoas que investem na bolsa de valores ou no Tesouro Direto.

Apesar do alto número de clientes, os problemas também são numerosos. Em março, a corretora Foxbit chegou a ficar 13 dias fora do ar e perdeu cerca de R$ 1 milhão em saques duplicados. Antecipando um possível problema, a Mercado Bitcoin está oferecendo recompensa para desenvolvedor que encontrar falhas em seu sistema.

Quem reclama dos bitcoins?
A pesquisa também traça um perfil do investidor, a partir da perspectiva de 920 pessoas que reclamaram na plataforma e foram entrevistadas pelo site durante fevereiro de 2018.

90% são homens;
40% têm entre 30 e 39 anos;
32,7% possuem renda de 4 a 10 salários mínimos;
40% também investe em poupança;
25,9% economizam 10% da renda;
43,23% investiram pela primeira vez até R$ 500;
34,5% tinham como primeiro objetivo conhecer o produto na primeira compra;
76,45% começaram a investir em bitcoin em 2017.

Entre os consumidores que fizeram reclamação, 23,67% estão muito satisfeitos com o bitcoin, com todas as expectativas atendidas, enquanto 30,6% se dizem satisfeitos, parcialmente atendidos. "A longo prazo, é um tipo de 'ativo' que tem alto rendimento. Enquanto está na conta de investimento, está tudo bem. Quando o investidor quer converter a criptomoeda em moeda real, começam os problemas", afirma Neves.

Reação
Apesar da forte desvalorização em dezembro de 2017, a reação da maioria dos investidores não foi de pânico:

30,28% aproveitaram para comprar (ou pretendiam comprar) mais, já que ficou mais barato;
29% preferiram entender melhor o cenário e não resgataram de imediato seu investimento;
23,94% não fizeram nada;
11,6% regastaram (ou pretendiam resgatar) todo o dinheiro investido;
5,11% resgataram (ou pretendiam resgatar) parte do dinheiro investido.

Veja vídeo de Samy Dana, colunista do G1, sobre investimentos em bitcoins.

*Sob supervisão de Marina Gazzoni
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