3 de agosto de 2020

COVID-19 - EVOLUÇÃO DA PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO NO ESTADO DO PARÁ, EM ESTUDO REALIZADO PELA UEPA

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A Universidade Estadual do Pará-UEPA, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde-SESPA, fez uma pesquisa acerca da evolução da prevalência* de infecção por coronavírus em parte da população paraense nas principais macro regiões do Estado do Pará, com a coleta de dados realizada no período de 26 de junho a 22 de julho de 2020, com uma amostragem de 8.587 casos (de 8.930) pretendidos, resultando em uma margem de erro para os resultados gerais da pesquisa, de 1,1% (3,0% em cada região) para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.


A pesquisa englobou pessoas de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 12 anos, residentes em 52 municípios selecionados na amostra.

A população do Estado do Pará com 12 anos ou mais é composta por 6.399.100 habitantes. Nesta primeira fase da pesquisa, onde foram testadas 8.587 pessoas, a pesquisa identificou que 21,0% delas estão com anticorpos para a Covid- 19. Isso quer dizer que, mais ou menos, 1.343.811 pessoas, já estiveram acometidas pela Covid- 19, no Estado. Os dados apontam que, de cada grupo de 1000 moradores com 12 anos ou mais, 210 possuem anticorpos.



Observa-se que foi na Região Metropolitana/Marajó Oriental e Baixo Tocantins onde foi encontrado o maior índice de pessoas que já tiveram a Covid-19, (32,1%). E na Região do Araguaia, foi detectado o menor índice (7,2%). A pesquisa identificou que na Região Metropolitana, do total de 2.059.000 habitantes com 12 anos ou mais, 749.000 já estiveram com a Covid- 19. Isso significa que, a cada grupo de 1000 pessoas moradoras da região, 364 possuem anticorpos.

A macro região Tapajós, onde se localiza Itaituba, tem uma prevalência de 20,5% de infectados sobre o montante pesquisado.

Comparando com o número de notificações apresentado pela SESPA, os resultados encontrados pela pesquisa apontam números (09) vezes maior do que aqueles notificados pela SESPA. Esse resultado poderá contribuir para análises mais específicas a respeito da temática.

ASSINTOMÁTICOS

A proporção da população com anticorpos e que não apresentaram sintomas da Covid-19 foi de 13,0%, correspondendo a mais ou menos 175.000 mil pessoas do total que apresentaram anticorpos. Essas pessoas são potenciais transmissores da Covid- 19, tendo em vista que as mesmas continuam executando suas atividades cotidianas.

Na Região Metropolitana, a pesquisa identificou a maior proporção de pessoas com anticorpos (32,1%). Entre os municípios pesquisados, em Oeiras do Pará, todas as pessoas com anticorpos, apresentaram pelo menos um sintoma da Covid-19 e o município com o maior índice de pessoas sem sintomas para a Covid-19 foi Redenção.

Os sintomas principais identificados pela pesquisa de modo geral, foram: a perda de cheiro ou gosto (olfato e paladar), dor de cabeça, febre e dor em todo o corpo. Esses sintomas são os mais comuns entre os paraenses que apresentaram anticorpos.

Sem ainda parâmetros para identificar se os sintomas podem ser classificados como leve, moderado, grave ou gravíssimo, os resultados do estudo apontam que as pessoas que tiveram a Covid-19 declararam que passaram em média (12) doze dias sem olfato ou paladar; a febre foi o sintoma que permaneceu por (5) dias em média; a dor de cabeça permaneceu por (7) dias consecutivos e a dor no corpo (7) dias.



Entre as pessoas com hipertensão a proporção de pessoas com anticorpos foi de 22,5%. Outro fator já identificado em estudos realizados por outras instituições e que foram confirmados pela pesquisa da UEPA é que a maioria das pessoas que já tiveram Covid-19 pertencem às classes sociais C, D e E. O avanço da Covid-19 está entre os mais pobres e isso chama a atenção para as autoridades responsáveis pela assistência social e de saúde pública, no sentido de encontrar mecanismos de apoio a esse público.

Levando em consideração a classificação do IBGE para a cor da pele ou raça, verifica-se que não existem grandes diferenças entre as proporções de pessoas com anticorpos, oscilando entre (17,9% e 21,8%) para os resultados gerais do estudo.

A pesquisa identificou que (66,1%) das pessoas que testaram positivo não procuraram nenhum tipo de serviço de saúde, o que pode justificar a defasagem nas notificações da SESPA.

É baixo o nível de isolamento social para o Estado do Pará. Dos que testaram positivo, somente (11,4%), correspondendo a cerca de 153.000 do total de 1.344.000, afirmaram que permaneceram em isolamento social, o que é um sinalizador de alerta para as autoridades. 

MAIS POBRE E MENOS INSTRUÇÃO = MAIS INFECÇÃO
 
Como a maioria dos infectados está nas classes mais baixas (C, D e E), composto por pessoas com baixo nível de escolaridade, do Fundamental ao Médio, é onde foram encontrados os maiores índices de pessoas que testaram positivo.

Os casos de incidências junto as crianças de 0 a 11 anos, notificados pela SESPA, correspondem a 3,2%, ou seja, 4.600 casos em todo o Estado do Pará, o que quer dizer que a cada 100 crianças (3) tiveram o Covid- 19.

Finalmente, a pesquisa em sua segunda etapa apresentará novos indicadores epidemiológicos que estão associados a um novo momento de testagem e aplicação do questionário para identificar os elementos dinâmicos da transmissão, entre os quais: a taxa de incidência, a taxa de crescimento ou velocidade de transmissão do Covid-19 e a taxa de prevalência dinâmica. As demais estimativas de projeção de casos, de indivíduos assintomáticos e sintomáticos para todo o Estado do Pará também necessitam de ampliação geográfica da base de dados da pesquisa.

*  prevalência pode referir-se a: número total de casos existentes numa determinada população e num determinado momento temporal; proporção de casos existentes numa determinada população e num determinado momento temporal.
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