1 de maio de 2018

SÃO PAULO/SP - HAVIA COBRANÇAS DE ALUGUÉIS DOS INVASORES POR MOVIMENTO DITO SOCIAL

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Moradores de prédio que desabou pagavam até R$ 400 de aluguel a coordenadores de movimento social.
Duas pessoas que seriam responsáveis pela cobrança não foram mais vistas após a tragédia

POR FLÁVIA TAVARES

Controle de pagamento de aluguel em prédio que desabou após incêndio em São Paulo - Reprodução TV Globo

SÃO PAULO — Os moradores do prédio que desabou no Largo do Paissandu, Centro de São Paulo, relatam que pagavam aluguel de até R$ 400 a dois supostos coordenadores do Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM). De acordo com testemunhas, ambos sumiram assim que o fogo começou.

— Foram os primeiros a fugir — grita Antônio, um rapaz de boné, muito agitado, morador do local. — Eles moravam no térreo. Deu tempo até de tirar os carros da garagem.

De acordo com os moradores, as regras no local eram bastante rígidas. Ele relembram que o fornecimento de água só era liberado de madrugada e que os portões eram trancados às 19h.

— Estava tudo trancado na hora do fogo. Se não fosse um morador de rua arrebentar a corrente, a gente teria morrido lá dentro — diz Fábia.

Os "responsáveis" pelo edifício chegaram a expulsar moradores que atrasavam ou não pagavam corretamente o aluguel.

— Fui expulsa há duas semanas porque atrasei R$ 100 do aluguel. Sendo que o prédio é infestado de rato, não tem esgoto nem descarga — conta Bárbara Nair, de 19 anos.

De acordo com testemunhas, dupla supostamente ligada ao MLSM fazia cobrança de aluguel - Leonardo Benassatto / Reuters

O pagamento era feito à dupla mesmo se tratando de uma ocupação irregular.

Em chamas, prédio desabou na madrugada desta terça-feira no Centro de São Paulo, no Largo do Paissandu HANDOUT / AFP

INÍCIO DAS CHAMAS

O fogo começou num apartamento do 5º andar, por volta de 1h20m, e se espalhou rapidamente, atingindo um edifício vizinho. De acordo com uma testemunha, uma briga de casal pode ter iniciado as chamas. A testemunha Gabriel Archangelo, de 21 anos, afirmou que marido e mulher cozinhavam com álcool quando a discussão começou.

O segundo prédio foi evacuado e, de acordo com os bombeiros, não há risco de desabar. Cerca de 160 homens trabalharam intensamente no combate às chamas. Pelo menos três quarteirões foram isolados para o trabalho das equipes.

A Defesa Civil está no local fazendo o cadastramento de 150 famílias que moravam, de forma precária, no prédio que desabou. O edifício, de acordo com testemunhas, é uma antiga instalação da Polícia Federal, que estava desativada e foi ocupada por essas pessoas.
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