20 são presos por tentativa de fraude em concurso
Todos foram detidos para depoimentos em 15 ocorrências, a maioria por utilização de documentos falsos e por falsa identidade. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
De acordo com a Polícia Civil do Pará, 20 pessoas foram presas por tentarem fraudar as provas do concurso da Polícia Militar do Pará, realizadas no último domingo (31), em Belém e nos municípios de Altamira, Marabá e Santarém.
Segundo a PC, entre os suspeitos está um soldado da PM de Marabá. Todos foram detidos para depoimentos em 15 ocorrências, a maioria por utilização de documentos falsos e por falsa identidade, ou seja, tentando fazer a prova no lugar de outra pessoa.
Ainda de acordo com a PC, em Belém, um candidato tentou usar um ponto eletrônico e outros desobedeceram a ordem de não usar aparelhos de celular em sala de aula.
TENTATIVA DE FRAUDE
Quando ao suposto vazamento de gabarito e do cartão-resposta na Internet, a Polícia Civil disse que não passaram de tentativas frustradas de fraude.
“Em alguns casos, o gabarito dava cinco opções de assertivas, quando na prova só haviam quatro. Ou então, disponibilizavam 60 questões, sendo que a prova era composta de apenas 50. Sem contar que sequer mencionavam o tipo de prova”, explicou o delegado-geral da PC, Rilmar Firmino.
Segundo o delegado, a “intenção era puramente lucrar em cima do candidato”.
OUTROS RELATOS QUE PODEM COMPROMETER A VALIDADE DO CONCURSO
(Foto: Divulgação) |
O concurso da Polícia Militar (PM) realizado no último domingo (31) ainda repercute nas redes sociais. Até a entrada nas salas de aula para a realização das provas, coletivas de imprensa e esclarecimentos foram dados, pessoas foram presas e investigações sobre fraudes foram realizadas para que problemas fossem evitados.
Ao que parece, no entanto, não foi isto que ocorreu. Vários problemas e queixas foram relatados em matérias do DOL e postagens do facebook. Pela rede social, algumas pessoas desabafaram sobre os problemas.
Segundo o internauta Guilherme Gomes, a organização foi falha. "Eu estava de fiscal na prova para soldado, acho que a instituição que ficou responsável pela realização FADESP pecou em alguns critérios de organização, foi possível detectar, por nós fiscais, que poderia sim haver problemas com a fiscalização em geral. Mas como meros fiscais, nos recolhemos a nossa 'insignificância' quanto ao que se tratou de planejamento e aplicabilidade da fiscalização", explicou.
Já para Luelly Carvalho, até mesmo as salas de aula não possuíam condições para receber os candidatos e nem as provas estavam protegidas. "Onde fiz a prova não funcionava o ar condicionado, não haviam os sacos com lacre pra colocarem os celulares. Tivemos que ficar esperando fora da sala, a prova começou com 15 minutos de atraso e logo quando começou foi uma ida e vinda no banheiro que pelo amor de Deus, sem contar no entra e sai da sala e da conversa. Outra questão importante! Não existe troca de cartão resposta! Rasurou ta rasurado! Os fiscais não estavam treinados corretamente, não os culpo por isso pois esta questão é de responsabilidade do consórcio organizador. Isso só são as principais de serie de falhas grosseiras", lamentou.
Problemas dentro e fora de sala
Para muitas pessoas, os problemas do concurso refletem até mesmo a insegurança fora de sala. No DOL, um internauta que não se identificou afirmou "Incrível como PM não consegue garantir sequer a segurança do próprio concurso. A civil também não. Tenho minhas dúvidas sobre a credibilidade desse processo. É necessário a PF intervir realizar prisões e por final demonstrar que tá tudo errado. Cadê o número para denúncias anônimas? Hoje em dia o anonimato é o único canal seguro de comunicação. Pois do contrário o delator corre riscos", declarou.
Nas salas, outros problemas considerados simples não foram evitados. Para uma leitora identificada como Taís, "Na minha sala, na Estácio Fap, o número de prova não estava de acordo com o número de pessoas. Faltaram mais de 10 provas e não foi só na minha sala. Houve em outras salas também E uma amiga que fez prova em outra sala falou que pegaram um mulher que deixou cair o gabarito na saída do banheiro. Absurdo!".
Por fim, para a internauta Natália Lira, até mesmo o uso de celulares não foi coibido. "Na minha sala, o fiscal entregava o saco e pronto. Não pediam que o celular fosse guardado imediatamente. Vi várias pessoas mexendo no celular enquanto a prova não chegava com o cartão de resposta na mesa. Só não tirou foto quem não quis e quem tinha bom senso!", finalizou.
(DOL)