9 de novembro de 2015

ESTIAGEM DO RIO TAPAJÓS ATRAPALHA EXPORTAÇÃO DE SOJA

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A vazante do Rio Tapajós, está fazendo com que a exportação de grãos pelos portos de Miritituba esteja suspensa. As centenas de carretas trazendo grãos do Mato Grosso não estão saindo dos portos de Miritituba, por causa da seca.



 
 
O movimento das carretas nas rodovias federais Santarém-Cuiabá e Transamazônica diminuiu mais em consequência da vazante do rio Tapajós. A empresa Bunge que diariamente atendia em torno de 100 carretas, hoje recebe diariamente em torno de 10 carretas. Porém, os grãos que estão chegando no porto da Bunge estão sendo armazenados. A empresa Bertolini, que transporta para a Cargill também diminuiu o numero de carretas para Miritituba.

O movimento maior é rumo ao porto de Santarém, onde a Cargill tem um porto graneleiro. As empresas esperam que até o final do mês, com as chuvas que já estão caindo nas cabeceiras, o nível do rio Tapajós suba e ai as balsas possam normalizar suas viagens. Quem percorre o trecho do rio Tapajós entre Itaituba-Santarém, percebe as dezenas de barrancos de areia (praias) formados ao longo da viagem, devido a forte seca na região.

Enquanto isto, as estruturas de apoio logísticas em Miritituba estão sofrendo prejuízos, por conta da suspensão e redução da movimentação de carretas rumo aos portos daquela vila.
 
Em virtude dessa seca, muitos confabulam em redes sociais que é a natureza se 'vingando' por causa dos males causados pelos homens, quando a explicação é bem simples e singela. Tudo deve-se ao fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que persiste na região equatorial do Oceano Pacífico, com anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) de 4°C nesta última semana. De forma pontual, entre as longitudes 90°W/125°W, as anomalias positivas chegam a 5°C. 

As previsões dos modelos oceânicos para o Oceano Pacífico indicam que houve um aumento do Índice negativo de Oscilação Sul (IOS), que passou a -1.6 em setembro passado, e do índice oceânico de anomalia de TSM, que passou a 2.6 no último trimestre, caracterizando um início de estabilização do atual episódio ENOS que deve ser considerado de intensidade moderada. Segundo os modelos de previsão climática sazonal a atuação do fenômeno El Niño deve ocorrer pelo menos até o final do verão de 2015/2016.  Em razão desse fenômeno, a região Norte do Brasil e em toda a linha do Equador, há significativa diminuição na quantidade de chuvas, ocorrendo o contrário nos climas temperados, sendo as enchentes que ocorrem atualmente no Sul do Brasil consequência desse fenômeno.
 
E, conforme gráfico abaixo, a previsão dos cientistas é de que esse El Niño seja maior ou tão forte que o ocorrido entre 1997-1998.
 
Ocorrência de El Niño
1877 - 1878
1888 - 1889
1896 - 1897
1899
1902 - 1903
1905 - 1906
1911 - 1912
1913 - 1914
1918 - 1919
1923
1925 - 1926
1932
1939 - 1941
1946 - 1947
1951
1953
1957 - 1959
1963
1965 - 1966
1968 - 1970
1972 - 1973
1976 - 1977
1977 - 1978
1979 - 1980
1982 - 1983
1986 - 1988
1990 - 1993
1994 - 1995
1997 - 1998
2002 - 2003
2004 - 2005
2006 - 2007
2009 - 2010
-

Legenda:
Forte
Moderada
Fraco
 
Fontes de Informações
Rasmusson e Carpenter 1983, Monthly Weather Review, Ropelewski e Halpert 1987, Monthly Weather Review. Cold episode sources Ropelewski e Halpert 1989, Journal of Climate. Climate Diagnostics Bulletin. A intensidade dos ventos é baseada no padrão e magnitude das anomalias da TSM do Pacífico Tropical.
 
ORIGEM DO NOME EL NINO
 
O El Niño foi originalmente reconhecido por pescadores da costa oeste da América do Sul, observando baixas capturas, à ocorrência de temperaturas mais altas que o normal no mar, normalmente no fim do ano – daí vem a designação, que significa “O Menino”, referindo-se ao “Menino Jesus”, relacionado com o Natal
 
Fontes:  http://enos.cptec.inpe.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/El_Ni%C3%B1o
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