10 de julho de 2022

BARBÁRIE - BOLSONARISTA MATA ANIVERSARIANTE POR USAR TEMA PETISTA

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PR: Bolsonarista invade festa, mata aniversariante petista e também é morto


Paulo Roberto Netto e Lorena Pelanda

Do UOL, em Brasília, e colaboração para o UOL, em Curitiba

O agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu uma festa e matou a tiros o aniversariante, o guarda municipal Marcelo Arruda, na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR). O evento celebrava os 50 anos de Arruda, que era filiado ao PT e fez uma comemoração temática com bandeiras e cores do partido e foto do ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Armado, Arruda teria revidado, matando Guaranho.

A festa reuniu cerca de quarenta convidados na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. Por volta das 23h de ontem (9), Guaranho invadiu o local, acompanhado da mulher e do filho, e começou a xingar quem estava na festa e a gritar "aqui é Bolsonaro", de acordo com testemunhas e com o boletim de ocorrência. O aniversariante não conhecia o bolsonarista, segundo relatos.

Guaranho teria ido embora e voltado cerca de 15 ou 20 minutos depois, sozinho e armado.

A esposa de Marcelo Arruda, que é policial civil, identificou-se com o distintivo, mas Guaranho avançou contra o guarda municipal e efetuou os dois primeiros disparos. Arruda revidou a agressão e atirou contra o bolsonarista ao menos três vezes. Marcelo Arruda foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Jorge Guaranho também morreu.

André Alliana, amigo do aniversariante, disse ao UOL que a festa transcorria normalmente quando Guaranho chegou, em um carro branco, com a mulher no banco de trás, segurando um bebê de colo.

"Achamos que era um convidado, já que também tinha bolsonaristas no local. O Marcelo estava na cozinha e fomos chamá-lo para receber esse homem. Foi aí que vimos que não era brincadeira. Em seguida, ele [Guaranho] deu a volta de carro, xingou quem estava lá e disse que ia voltar para 'acabar' com todo mundo. O Marcelo estava com um copo de chope na mão e acabou jogando nele para expulsá-lo do local", diz.

O invasor, o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, também morreu - 
Imagem: Reprodução

Com medo, Arruda foi até seu carro e voltou com uma pistola, diz Alliana.

"Quinze minutos depois, o cara [Guaranho] voltou sozinho. A esposa do Marcelo, que é policial civil, tentou impedir que ele entrasse na festa. Nisso, o cara começou a atirar. Atingiu o Marcelo na perna e no peito. O Marcelo também conseguiu atirar nele", diz.

A Delegacia de Homicídios informou que está apurando o caso.

Arruda deixa mulher e quatro filhos, incluindo um bebê. Filiado ao PT, ele foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo partido em 2020.

Ex-presidente Lula e PT lamentam violência

Pré-candidato à Presidência, o ex-presidente Lula se manifestou e prestou solidariedade à família de Arruda.

Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda"

Lula, ex-presidente e pré-candidato à Presidência.

A reportagem pediu manifestação ao Palácio do Planalto, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto.

Em nota, o PT lamentou a morte do guarda municipal e diz que tem alertado sobre a escalada de perseguição a parlamentares e filiados a legendas de esquerda no país.

"Embalados por um discurso de ódio e perigosamente armados pela política oficial do atual Presidente da República, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque a adversários, quaisquer pessoas ensandecidas por esse projeto de morte e destruição vêm se transformando em agressores ou assassinos", disse o partido.

A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, lamentou a morte de Arruda e afirmou que é uma tragédia "fruto da intolerância dessa turma".

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, também escreveu que o guarda municipal é a primeira vítima do "bolsonarismo" durante a campanha eleitoral. "Esse é o resultado da campanha de ódio disseminada pelo presidente do Brasil", disse.

Em nota, a prefeitura de Foz do Iguaçu lamentou a morte de Arruda. O guarda municipal atuou na corporação por 28 anos e também era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais da cidade.

"Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais", disse o prefeito Chico Brasileiro, em nota. "Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor".

Marcos Antônio Jhanke, secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, também lamentou o assassinato de Arruda.

"O Marcelo sempre foi muito dedicado e lutador das causas da categoria. Ele ajudou na aprovação de um projeto municipal que prevê adequação do nível salarial dos guardas municipais de primeira classe na última sexta-feira. Amanhã, essa proposta vai para sanção do prefeito. Ele estava muito feliz, tinha direito de comemorar os 50 anos. É uma data significativa e ele estava com amigos", disse.
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