Cepa é inibida por interferon, proteção imunológica responsável pela produção de anticorpos
Imagem ilustrativa do coronavírus. Pesquisa foi feita por
cientistas das das Universidades alemãs de Kent e de Frankfurt
Um grupo de pesquisadores alemães revelou que a causa da ômicron causar menos mortes é a inibição pelo interferon, proteção imunológica presente nas células do corpo responsável pela produção de anticorpos.
O professor Martin Michaelis, da Escola de Biociência da Universidade de Kent, explica que a ômicron, ao contrário da variante delta, não inibe “efetivamente” a resposta imune do interferon na célula hospedeira.
Eis a íntegra da pesquisa (2 MB).
O virologista e professor do Instituto de Medicina Tropical, José Eduardo Levi, explicou ao Poder360 que o interferon é uma proteína produzida pelo corpo como uma resposta inicial do sistema imune inato para vírus.
A pesquisa, publicada nesta 2ª feira (24.jan.2022), foi feita por cientistas da Universidades de Kent e da Universidade Goethe, de Frankfurt.
Segundo o resultado do estudo, a cepa é vulnerável a 8 tipos de medicamentos antivirais testados no tratamento contra o vírus, sendo eles:
- EIDD-1931 (metabólito ativo do molnupiravir)
- Ribavirina
- Remdesivir
- Favipravir
- PF-07321332
- Nafamostat
- Camostat
- Aprotinina.
No início do mês, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que os dados disponíveis até o momento indicam que a ômicron provoca sintomas menos severos que as demais variantes do coronavírus.
“Estamos vendo mais e mais estudos indicando que a ômicron infecta a parte superior do corpo. Diferentemente das outras [variantes], que podem causar pneumonia grave”, falou Abdi Mahamud, epidemiologista da OMS.
Segundo estudos publicados no fim de 2021, a ômicron tem maior probabilidade de infectar a garganta que os pulmões. Com isso, a cepa se torna mais transmissível, mas menos mortal.
No entanto, o presidente da organização, Tedros Adhanom, já alertou que a variante não deve ser classificada como “leve”, apesar de provocar casos menos graves.
