2 de maio de 2021

'ALIADO' DE BOLSONARO É ACUSADO DE USAR NOME DO PRESIDENTE EM GOLPES

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Paulo Oliveira 'Paulo Quilombola'

Investigado por suposto golpe utilizando o nome do presidente Jair Bolsonaro, Paulo Oliveira (foto), que se auto-intitula “Paulo Quilombola” está transitando em municípios da região oeste do Pará.

Em contato com nossa reportagem, leitores fazem o alerta para autoridades e políticos de Santarém e Região. O investigado sustenta ser Líder da Federação das Comunidades Quilombolas e Comunidades Tradicionais do Pará.

Envolto em polêmicas por onde passa, sua atuação fez com que as Entidades do Movimento Negro e Quilombola do Estado do Pará, elaborasse em 2018, nota de repúdio.

“AS ENTIDADES DO MOVIMENTO NEGRO E QUILOMBOLA DO ESTADO DO PARÁ, abaixo subscritas, vem a público REPUDIAR, veementemente, as atitudes do senhor conhecido pelo pseudônimo de PAULO “QUILOMBOLA”, nacional que desde sua chegada em solo paraense, intitulando-se quilombola e professor, diz ser presidente da associação denominada Federação das Comunidades Quilombolas e Populações Tradicionais do Estado do Pará (nome fantasia: Federação das Comunidades Quilombolas do Pará) e “defensor dos direitos humanos”. Esse cidadão que se diz “quilombola” e “professor” (seria importante ele comprovar essas credenciais para não incorrer no crime de falsidade ideológica, isto é, mencionar a que comunidade quilombola pertence, por exemplo) usa a “sua” associação para tentar enganar/caluniar lideranças quilombolas de algumas regiões desta unidade federativa. Aliás, é importante frisar que essa instituição foi criada sem qualquer articulação com as lideranças quilombolas e/ou do movimento negro deste estado”, diz parte da nota.

Desde 2018, Paulo Oliveira e a esposa Leocionara Silva dos Santos, identificada por Narha Oliveira Munduruku, são investigados pelas Polícias Federal e Civil de Minas Gerais.

O casal é acusado de utilizar os nomes do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e da ministra da mulher, da família e dos direitos humanos, Damares Alves, para recolher dinheiro ilegalmente de moradores de Conceição do Mato Dentro, na Região Central do estado de Minas Gerais, com a promessa de construção de novas casas populares. A informação foi divulgada pelo O Globo e confirmada pelo Jornal Estado de Minas.

Polícia investiga casal acusado de dar golpe em nome do governo

Apresentado pelo então candidato Jair Bolsonaro como prova de que não tem preconceito contra comunidades quilombolas, o presidente da Federação das Comunidades Quilombolas e Populações Tradicionais do Pará, Paulo Oliveira, de 57 anos, está sendo acusado por um vereador e por integrantes do Executivo de dar um golpe usando nomes importantes no governo, como o próprio presidente e a ministra Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Ele e sua mulher teriam coletado dinheiro em uma cidade no interior de Minas Gerais com a promessa de que viabilizariam a construção de casas populares com verba do governo. A Polícia Federal e a Polícia Civil mineira foram acionadas, e o casal nega as acusações.

No ano passado, Paulo Quilombola ficou mais conhecido depois que Bolsonaro foi denunciado por racismo pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por ter se referido a uma comunidade quilombola com a frase “o afrodescendente mais leve lá tinha sete arrobas”. O caso foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro, e Bolsonaro costumava apresentar Paulo como seu amigo para mostrar que não era preconceituoso.

Um ano depois, Paulo e sua mulher, Leocionara Silva dos Santos, identificada como Narha Oliveira Munduruku, de 26 anos, são acusados de arrecadar dinheiro irregularmente prometendo a construção de moradias populares.

Fotografias

Imagem: Reprodução Facebook

O casal, conforme relatos feitos ao GLOBO, apresenta fotos e vídeos ao lado de Bolsonaro, integrantes do Executivo e deputados para comprovar serem enviados do governo federal e terem o aval para implementar um projeto de moradias sustentáveis chamado por eles de “eco-casas”.

Foi assim que eles teriam se aproximado de comunidades quilombolas em Conceição do Mato Dentro (MG). Em um vídeo gravado em uma reunião no local, Narha agradece a Bolsonaro pelo projeto.

— Meus agradecimentos ao presidente Jair Messias Bolsonaro por disponibilizar esse projeto para a comunidade quilombola daqui do município de Conceição — diz a mulher, diante de moradores do local que levantam a mão para demonstrar que aceitam aderir ao projeto de moradias.

Para ter a garantia da casa, cada família deveria pagar R$ 180. De um total de cerca de 140 famílias, 81 delas teriam feito o pagamento na esperança de ter acesso à moradia. Em um documento obtido pela reportagem, Narha assina uma declaração que recebeu valores de R$ 10.940,00 e outro de R$ 2.520.00 da Associação Quilombolas em Três Barras, localizado no município mineiro. Os valores, segundo o recibo, seriam para “registro (taxas) cartório”. A data é de 19 de junho deste ano.

Ao final do papel escrito à mão, consta um carimbo de que Nahra é “gerente de Projetos Habitacional Eco-Casas Sustentáveis” e, abaixo, a sigla “PNHR/Caixa Econômica”, em referência ao Programa Nacional de Habitação Rural do banco estatal. Em nota, a Caixa informou que não existe projeto apresentado no âmbito do PNHR e/ou selecionado pelo Ministério de Desenvolvimento Regional junto ao banco no município de Conceição do Mato Dentro, e que não há empregado autorizado a fazer esse tipo de cobrança.

O primeiro contato teria sido feito via telefone com Paulo Quilombola pelo vereador Sidnei Seabra Silva (PCdoB), de 31 anos, no dia 17 de maio. Silva afirma ter recebido a indicação de que ele poderia resolver a questão de obras do “Minha Casa, Minha Vida” paralisadas no município.

“Almoços” frequentes

Em junho, segundo o parlamentar, Narha esteve pessoalmente na comunidade afirmando que tinha obtido a garantia do governo federal de verbas para 350 casas e cartões para a reforma de residências. Na cidade, conforme registros em fotos, ela também esteve na prefeitura, na delegacia e no Ministério Público para se apresentar. Em mensagens a que o GLOBO teve acesso, a mulher promete o início do projeto de moradia em três meses ou quatro meses.

Na ocasião, Narha teria afirmado que trabalhava com a ministra Damares Alves. Ela também alegou ter o aval do Secretário Especial de Assuntos Fundiários, Luiz Nabhan Garcia, e do presidente da Fundação Palmares, Vanderlei Lourenço. Todos negam terem autorizado o casal a falar em seus nomes. Também foram exibidos vídeos e fotos de encontros com os deputados federais Joice Hasselmann (PSL-SP) e Marcos Feliciano (PSC-SP).

— Ela falou que trabalhava com Damares, que almoçava com ela com frequência. Narha contava ainda que após o contato com a comunidade ia ao gabinete do presidente Bolsonaro, que queria saber como estavam as comunidades. Pelas fotos e vídeos que mostrou, todos acreditamos — contou o vereador.

O próprio parlamentar afirma ter pago a quantia para cinco famílias, mas, ao descobrir que eles não representavam o governo, fez um boletim de ocorrência, registrado no dia 26 de junho. O vereador também acionou o Ministério Público. Silva chegou a enviar mensagens para que Narha pedindo o dinheiro da comunidade de volta. A mulher se compromete a devolver R$ 9 mil. “As minhas diárias eu vou tirar porque não trabalho de graça para ninguém”, escreveu. O valor não foi devolvido às famílias.

O fato foi relatado à ministra Damares, que acionou a Polícia Federal para investigar Paulo Quilombola e Narha. Ainda não há inquérito instaurado. Citado pelo casal, o secretário de Assuntos Fundiários também promete levar o caso à polícia.

— Eu os recebi como recebo as pessoas que vêm ao meu gabinete. Jamais dei autorização para falarem em meu nome. É falsidade ideológica — disse Nabhan.

O Palácio do Planalto informou que “o presidente nunca recebeu o casal embora haja pedidos e acrescentou que Bolsonaro NÃO mantém relação de amizade com Paulo e sua mulher”. Na nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) informa que os dois não ocupam cargos no Executivo. Entretanto, não respondeu ao questionamento se o presidente deu procuração ao casal para falar em nome dele: “O Planalto não irá comentar”.

Ao GLOBO, Narha disse que é vítima de perseguição política por parte da ministra Damares e atacou o vereador por ser do PCdoB. Segundo ela, o recebido com carimbo da Caixa é “falsificado” e nunca foi pedido para que devolvesse o valor arrecado na comunidade. Nahra justificou que os mais de R$ 14 mil recolhidos das famílias foram usado para “xerox, digitalização e registro” de documentos em cartório. A mulher prometeu enviar os comprovantes dos gastos, mas não o fez até o fechamento da reportagem.

— Em nenhum momento prometi isso (a construção das 350 casas). Eu não posso devolver. Esse recurso não é meu, é de despesa da própria comunidade — justificou.

Paulo Quilombola foi procurado, mas sua mulher falou pelo casal.

O fato foi relatado à ministra Damares, que acionou a Polícia Federal para investigar Paulo Quilombola e Narha. Ainda não há inquérito instaurado. Citado pelo casal, o secretário de Assuntos Fundiários também promete levar o caso à polícia.

— Eu os recebi como recebo as pessoas que vêm ao meu gabinete. Jamais dei autorização para falarem em meu nome. É falsidade ideológica — disse Nabhan.

O Palácio do Planalto informou que “o presidente nunca recebeu o casal embora haja pedidos e acrescentou que Bolsonaro NÃO mantém relação de amizade com Paulo e sua mulher”. Na nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) informa que os dois não ocupam cargos no Executivo. Entretanto, não respondeu ao questionamento se o presidente deu procuração ao casal para falar em nome dele: “O Planalto não irá comentar”.

Ao GLOBO, Narha disse que é vítima de perseguição política por parte da ministra Damares e atacou o vereador por ser do PCdoB. Segundo ela, o recebido com carimbo da Caixa é “falsificado” e nunca foi pedido para que devolvesse o valor arrecado na comunidade. Nahra justificou que os mais de R$ 14 mil recolhidos das famílias foram usado para “xerox, digitalização e registro” de documentos em cartório. A mulher prometeu enviar os comprovantes dos gastos, mas não o fez até o fechamento da reportagem.

— Em nenhum momento prometi isso (a construção das 350 casas). Eu não posso devolver. Esse recurso não é meu, é de despesa da própria comunidade — justificou.

Paulo Quilombola foi procurado, mas sua mulher falou pelo casal.

Abaixo, alguns links de matérias sobre acusações contra Paulo Quilombola






RG 15 / O Impacto
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