16 de outubro de 2015

LAVA-JATO: LULA MAIS PRÓXIMO!

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Delações ligam amigo de Lula e operador do PMDB a acerto de propina na Petrobrás

POR FAUSTO MACEDO, JULIA AFFONSO E E RICARDO BRANDT, ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Em escritório no Rio, pecuarista José Carlos Bumlai e Fernando Baiano teriam fechado pagamento de US$ 5 milhões da Schahin para Cerveró e outros dois executivos da estatal, por contrato de operação do navio-sonda Vitoria 10.000


O pecuarista José Carlos Bumlai com o ex-presidente Lula
O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o operador de propinas do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, acertaram o pagamento de US$ 5 milhões em propina para o ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró e outros dois ex-gerentes da estatal, pagos pelo Grupo Schahin, pelo contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000.

Duas delações premiadas fechadas com a Operação Lava Jato, entre elas a de Fernando Baiano, e documentos entregues aos investigadores colocam Bumlai e a Schahin no foco da força-tarefa do Ministério Público Federal e Polícia Federal.

O encontro teria ocorrido no escritório de Fernando Baiano, no Rio. Participaram da reunião Bumlai, Fernando Baiano, Cerveró, o ex-gerente-geral da Diretoria de Internacional Eduardo Musa e o ex-gerente executivo da área Luis Carlos Moreira. Preso desde dezembro de 2014, em Curitiba, a delação do operador do PMDB foi fechada no Supremo Tribunal Federal (STF) e permanece em sigilo. Musa, fechou delação em Curitiba, com o juiz federal Sérgio Moro.

O pagamento dos US$ 5 milhões teria sido tratado diretamente por Fernando Schahin, filho de um dos fundadores do grupo, e dividido entre os três ex-executivos da Petrobrás da Diretoria de Internacional – cota do PMDB no esquema de corrupção na estatal. Dois deles indicaram contas no Uruguai para receber suas partes e um, na Suíça.

Citado como “o pecuarista” em conversas de executivos investigados em Curitiba, Bumlai seria uma espécie de avalista dos negócios com a Schahin, suspeita a Polícia Federal. Seu nome ainda não havia sido citado diretamente nos negócios de propina alvos da Lava Jato.

Cunha

O navio-sonda Vitória 10.000 fez parte de um pacote de construção de dois equipamentos do tipo, usados para exploração de petróleo em águas profundas. Contratados pela Diretoria de Internacional, com negociações iniciadas em 2005, por Cerveró, o pacote incluiu os termos de construção e depois de operação. Ambos, segundo a Lava Jato, envolvendo propina.

A Samsung Heavey Industries, em parceria com o Grupo Mitsui, foi a responsável pela construção dos dois navios-sonda (Vitória 10.000 e Petrobrás 10.000). Processo já julgado procedente pelo juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, concluiu que a empresa pagou pelo menos US$ 30 milhões de propina, via lobista Julio Gerin Camargo e Fernando Baiano nessa primeira etapa. Um dos beneficiados foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que recebeu pelo menos US$ 5 milhões.

As novas revelações de Fernando Baiano e do ex-gerente de Internacional Eduardo Musa confirmam que a segunda fase de contrato do Vitoria 10.000, para operação do equipamento, também envolveu propina e a interferência direta do amigo de Lula.


A Schahin foi contratada, por meio da Deep Black Drilling LLP, para operação do Vitoria 10000, pelo prazo de 10 anos (2010-2020), pelo valor US$ 1,5 bilhão.

Apurações internas da Petrobrás anexadas aos autos da Lava Jato indicaram problemas no contrato com a Schahin. “A demora em concretizar negociação com a Schahin para a vinda do Vitoria 10000 para o Brasil implicou em custo de aproximadamente US$ 126 milhões”, informa documento da estatal. “A escolha da Schahin como parceira foi discricionária.”

O contrato foi rescindido pela Petrobrás, em maio, após o nome da empresa ser elencado entre uma das participantes do cartel alvo da Lava Jato. O grupo entrou esse ano em concordata.

COM A PALAVRA, O PECUARISTA JOSÉ CARLOS BUMLAI

O pecuarista José Carlos Bumlai, por meio de sua assessoria de imprensa, infirmou que “não participou de reunião alguma com essas pessoas” e que não tratou de contratos da Petrobrás.

“Todas as informações ultimamente veiculadas na imprensa ligando o nome do empresário José Carlos Bumlai a escândalos relacionados à operação Lava Jato são ilações inverídicas baseadas exclusivamente em depoimentos prestados por delatores. Até o momento, não temos conhecimento de qualquer prova ou acusação formal contra o Sr. Bumlai e muito nos espanta a divulgação dessas notícias nos jornais e revistas, especialmente porque tais depoimentos, segundo informações dos advogados, estão sob segredo de justiça, o que torna as notícias ainda mais especulativas.

Bumlai nega que tenha qualquer relação com as mentiras já publicadas, e repudia as novas infâmias que estão sendo agora assacadas contra sua pessoa”.

Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delacoes-ligam-amigo-de-lula-e-operador-do-pmdb-a-acerto-de-propina-na-petrobras/
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