9 de setembro de 2015

ARTIGO - PORTOS EVITAM CRISE EM ITAITUBA

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por Paulo Leandro Leal (*)

A crise econômica que se abate sobre o Brasil vem gerando desemprego e falta de oportunidades em quase todas as regiões do país, mas algumas vivem situações diferentes, devido a investimentos principalmente do setor privado.

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É o caso de Itaituba, no Pará, onde a construção de diversos terminais portuários tem ajudado a frear a crise, reduzindo o impacto sobre a geração de empregos, mudando o perfil da economia local e criando oportunidades.

Enquanto em todo o país mais de meio milhão de postos de trabalho foram fechados entre os meses de janeiro a julho deste ano, em Itaituba esta realidade é diferente e o saldo, apesar de pequeno, é positivo.

Os dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho mostram que nos sete primeiros meses do ano houve uma variação positiva de 31 novos empregos.

Não que a crise tenha passado longe das terras itaitubenses. Em vários setores houve demissões, principalmente no comércio, que demitiu 766 pessoas no mesmo período deste ano. Mas os investimentos no setor de logística ajudaram a equilibrar a balança do emprego, mantendo a economia, se não em franco crescimento, pelo menos longe da recessão.

Esses investimentos são feitos em Miritituba, um bairro que fica na margem direita do rio Tapajós. Lá, somente o porto da Bunge está gerando pouco mais de 100 empregos formais. Mas estão em fase avançada de construção os portos da Cargill, Cianport e Hidrovias do Brasil, obras que demandam pelo menos mais 500 trabalhadores, segundo informações das empresas.

Isso significa que, não fosse a implantação destes terminais portuários, a economia de Itaituba hoje estaria despencando e a cidade estaria vivendo uma grave crise e desemprego. Se tirarmos da conta os cerca de 600 empregos que estão sendo gerados no momento, o saldo estaria no fundo do poço.

Para se ter uma ideia, ano passado, quando só o porto da Bunge estava em operação e as obras dos outros terminais não haviam começado ou estavam em estado inicial, o saldo do emprego formal na cidade foi negativo: 3.327 contratações contra 3.352 demissões e 25 postos de trabalho extintos.

Em 2013, quando o País não estava em crise, houve um saldo positivo de 360 empregos. A crise afetou, sim, mas os portos estão segurando a barra.

A boa notícia é que mais terminais devem ser implantados nos próximos anos. Em Miritituba, pelos menos outros três portos devem ser construídos, totalizando sete terminais. Mas abaixo, na comunidade de Santarenzinho, pelo menos dez novos portos devem ser implantados. Esses investimentos devem manter a sua influência positiva na economia de Itaituba por muitos anos.

Influência esse que não se mede somente pela geração de empregos. O funcionamento destes terminais gera inúmeras novas oportunidades de negócios, mudando o perfil da economia local, excessivamente dependente da atividade garimpeira. Nas imediações da Miritituba, já estão sendo construídos grandes postos de combustíveis, restaurantes, hotéis e centros de triagem.

Há também empresas recuperadoras de pneus, concessionárias de caminhões, oficinas mecânicas e outras de segmentos ligados à logística querendo se implantar no local. Ou seja, enquanto muita gente chora a crise, outros aproveitam o crescimento de locais como Itaituba para progredir.
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* É empresário e jornalista. Escreve todas as terça-feiras neste blog.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Creio que Itaituba só vai crescer em termo de populacional mesmo. Pois, não vejo nenhum projeto de futuro com as instalações dos portos. Não temos cursos de capacitação, não temos uma universidade pública, não há uma melhoria na educação, saúde e esporte. Se a prefeita tá achando que os caras vão chegar aqui e implantar tudo isso está muito enganada. Se os governo não abrirem os olhos só quem vai ganhar serão as grandes empresas, o cidadão neca, neca.

Anônimo disse...

http://www.macae.rj.gov.br/conteudo/leitura/titulo/macae-petroleo-e-desenvolvimento, veja o que acontce com cidade que tem seus administradores com os olhos voltados para o futuro, deem uma boa leitura nesta matéria e tomem como exemplo. ainda dá tempo, estão prevista a instalação de mais de 20 portos, até agora só se instalou um.