Cerveja previne doenças cardiovasculares e respiratórios, dizem cientistas
Pesquisadores revelam novos benefícios do consumo de
cerveja - 30/9/2014 às 15h28
Cerveja sem álcool também tem efeito protetor
Getty Images
Cientistas europeus destacaram nesta terça-feira (30) os efeitos benéficos
para a saúde do consumo moderado de cerveja, entre eles a prevenção de problemas
cardiovasculares e respiratórios, e excluíram o mito da "barriga de cerveja". O VII Congresso Europeu sobre
Cerveja e Saúde, realizado em Bruxelas, reuniu hoje cerca de 160 especialistas
internacionais em medicina e nutrição de 24 países, entre eles Alemanha,
Irlanda, Itália e Reino Unido.
Pesquisadores espanhóis do Hospital Clínic de
Barcelona, da Universidade de Barcelona e do Centro de Pesquisa Cardiovascular
(CSIC-ICCC), ressaltaram os possíveis benefícios da cerveja, com e sem álcool,
na saúde cardiovascular, obesidade, nutrição e prevenção do envelhecimento
celular.
"O consumo moderado de cerveja junto a uma dieta saudável, como a
mediterrânea, ajuda a prevenir complicações cardiovasculares maiores como o
infarto do miocárdio ou o acidente vascular cerebral", afirmou o médico Ramón
Estruch, do Hospital Clínic de Barcelona. Segundo ele, estudos feitos na Espanha demonstraram que a cerveja sem álcool
também tem um efeito protetor perante as doenças cardiovasculares. A diretora do
CSIC-ICCC, Linda Badimón, destacou que a ingestão moderada de cerveja pode
"favorecer a função cardíaca global". Quanto às quantidades consideradas
moderadas, foi explicado que homens podem beber dois chopps por dia e as
mulheres podem beber um. Os polifenóis, compostos encontrados majoritariamente
em alimentos de origem vegetal e também na cerveja, são os que podem reduzir os
riscos de ter AVC e câncer, devido a suas propriedades antioxidantes.
"Na cerveja, encontramos até 50 tipos de polifenóis que, ingeridos pelo
organismo, têm efeitos benéficos sobre a pressão arterial, os lipídios ou
resistência à insulina", explicou Rosa Lamuela, da Universidade de Barcelona. A
doutora de saúde publica no Reino Unido Kathryn O'Sullivan desmentiu a crença
que a cerveja causa "barriga", já que "não tem qualquer base científica".
Ela explicou que o consumo excessivo de qualquer tipo de álcool pode levar ao
aumento de peso, mas não se feito de forma moderada. A reidratação que a cerveja
proporciona aos atletas após a realização de exercício foi outro dos aspectos
destacados no evento.
O médico Manuel Castillo Garzón afirmou que a cerveja, ao contrário que
outras bebidas alcoólicas, apresenta pouca quantidade de álcool, muita
quantidade água (95%) e potássio, capaz de reidratar os esportistas. Dado que o
exercício prolongado aumenta o risco de doenças nas vias respiratórias
superiores, a cerveja se coloca como um complemento alimentar propício a reduzir
sua inflamação e infecção, já que contém compostos polifenóis, garantiu ele, que
atua no Hospital Técnico de Munique Johannes Scherr.
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